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Vale Avalia a Resiliência da Demanda por Aço da China e Aborda Divergências de Indicadores

Redação 29 de Agosto, 2023

A mineradora Vale (BVMF:VALE3) está avaliando a demanda por aço da China, seu principal cliente, e considera que, embora declinante, não está tão enfraquecida quanto alguns indicadores sugerem. A empresa vê a segunda maior economia mundial como resiliente, apesar das incertezas em relação aos estímulos necessários para alcançar as metas de crescimento.

Em uma entrevista à Reuters, Marcello Spinelli, Vice-Presidente Executivo de Soluções de Minério de Ferro da Vale, afirmou que o maior consumidor global da commodity mostra ter uma economia estável, o que torna a empresa "cautelosamente otimista" em relação à China.

Spinelli ressaltou que há uma desconfiança considerável por parte de analistas em relação ao mercado de construção civil chinês, devido a problemas de liquidez enfrentados por empreendedores imobiliários.

Contudo, ele apontou que muitos analistas não consideram que além dos empreendedores tradicionais, outros setores também estão construindo casas em níveis consideráveis, o que "compensa, não completamente, mas de forma moderada, um declínio".

Spinelli destacou a divergência entre os números microeconômicos que indicam estoques baixos de minério e aço, evidenciando uma demanda por aço, enquanto os números do setor de construção contam outra história.

Ele afirmou: "Nós acreditamos que há demanda, ela está em declínio, mas não tanto quanto alguns indicadores isolados mostram para alguns analistas. Isso é o primeiro ponto", e acrescentou que o segundo ponto é que a China ainda não revelou claramente seu plano para estimular a economia.

Spinelli comparou essa situação à administração de "pílulas homeopáticas" para a economia.

Os estoques de minério de ferro nos portos chineses estão em seus níveis mais baixos em quase três anos, aproximadamente 118 milhões de toneladas, segundo a consultoria SteelHome. Os preços permanecem acima de 110 dólares por tonelada, porém bem abaixo da máxima do ano passado de cerca de 130 dólares por tonelada e das máximas de 2022, que chegaram a 150 dólares por tonelada.

Enquanto o mercado esperava um boom econômico chinês logo após a pandemia, a realidade se mostrou mais estável. Spinelli sugeriu que a economia chinesa pode estar se movendo com mais equilíbrio do que inicialmente previsto, e embora haja volatilidade devido à incerteza sobre as decisões governamentais em relação aos estímulos, a China permanece resiliente.

Apesar de seus esforços de diversificação, a Vale ainda depende fortemente das vendas para a China, que representaram cerca de 63% das vendas totais de minério de ferro e pelotas em 2022. A empresa está ampliando sua atuação em metais básicos e produtos de minério de ferro com maior valor agregado.

Spinelli também atribuiu a recente alta nos preços da commodity a sinais positivos, como a redução das taxas de juros e a renegociação das dívidas de cidades menores com o governo central da China.


Fonte: Reuters

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