As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) despencaram na sexta-feira (23), puxadas pela derrocada dos preços do petróleo nos mercados internacionais em meio a novos temores de uma recessão no mundo.
Com PETR3 derretendo 7% e PETR4 caindo 6,26%, a companhia chegou a perder R$ 30 bilhões em valor de mercado diante do pânico global.
Além das pressões baixistas sobre o petróleo, a Petrobras vive a turbulência das eleições presidenciais no Brasil, com o primeiro turno marcado para o próximo domingo (2).
Na avaliação da Guide Investimentos, as eleições deste ano serão menos impactantes para ações de estatais em comparação a anos anteriores. Porém, é de conhecimento do mercado que, em períodos eleitorais, papéis de empresas estatizadas costumam cair.
Segundo a corretora, os papéis de empresas estatizadas têm pouco espaço para alta em caso de cenário positivo pós-eleições, visto que já acumulam uma boa performance no ano, e bastante espaço para queda dentro de um cenário negativo pós-eleitoral.
“Acreditamos que há muitas diferenças entre estas empresas hoje e em 2014 (atualmente as estatais estão apresentando lucros recordes, enquanto em 2014 apresentavam prejuízos recordes), mas a relação risco-retorno parece ruim neste momento dada a proximidade das eleições e diversas declarações de alguns candidatos no sentido de rever a atuação das empresas estatais”, afirma.
Para a Guide, é melhor esperar o momento melhorar para aumentar posições em empresas estatais.
Não é o que está acontecendo, no entanto. Gestores disseram à Reuters que mantêm ou estão aumentando suas posições na Petrobras às vésperas das eleições, movimento que indica que parte do mercado está se reconciliando com o ex-presidente e candidato à disputa presidencial Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenções de voto.
Um sócio de uma asset em São Paulo ouvido pela Reuters destaca que as ações da Petrobras estão “muito baratas” e, dentro de um cenário em que Lula sai vencedor, ele não espera ver um retrocesso.
“É razoável esperar algumas alterações (se Lula vencer). Mas não se espera um retrocesso para o que foi o governo anterior do PT. E mesmo esse retrocesso já está mais do que precificado na cotação das ações”.
Fonte: Money Times