Mercado Financeiro Chinês Abalado por Pessimismo e Queda nos Ativos

Redação 17 de Agosto, 2023

O sentimento pessimista em relação à economia chinesa já está causando impacto significativo no mercado de ações e títulos, à medida que os investidores chineses realizam vendas em grande escala.

Com base na atividade da bolsa de Hong Kong, dados do Financial Times revelam uma inversão quase completa da aquisição de 54 trilhões de yuans (equivalente a 6,8 bilhões de euros) em ações. Isso ocorreu após o politburo do Partido Comunista da China transmitir uma mensagem de confiança em 24 de julho.

As obrigações detidas por investidores institucionais estrangeiros também sofreram uma queda significativa, totalizando 37 trilhões de yuan para 3,24 biliões, de acordo com informações do regulador.

Embora as vendas de ativos tivessem diminuído, a situação ganhou força em agosto com dados econômicos decepcionantes da China e a notícia inesperada do corte das taxas de juros. Analistas citados pelo FT acreditam que essa tendência de vendas provavelmente se intensificará ainda mais.

"Medidas tomadas até agora parecem ter desapontado o mercado. Há uma crescente frustração e preocupação entre os investidores devido à falta de ação política sólida", comentou Mohammed Apabhai, do Citigroup, ao jornal.

Do lado interno, também há mudanças em andamento. A Reuters informou nesta quinta-feira que os bancos estatais estão vendendo dólares para adquirir yuans, tanto nos mercados domésticos quanto estrangeiros. O objetivo é conter a desvalorização acelerada da moeda chinesa.

A Bloomberg também noticiou que as autoridades instruíram os bancos estatais a aumentar a intervenção no mercado cambial, visando reduzir a volatilidade da moeda.

Citando fontes próximas à questão, a Bloomberg menciona que uma das opções em análise é a redução dos requisitos para as reservas de moeda estrangeira.

O renminbi (moeda chinesa) já registrou uma desvalorização de cerca de 2,4% em relação ao dólar somente neste mês e aproximadamente 6% desde o início do ano.

Fonte: Redação