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Ibovespa tem alta semanal com estrangeiro e a ação da Americanas vira pó

Edição 20 de Janeiro, 2023

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, no último pregão de mais uma semana marcada pela crise da Americanas, uma das varejistas mais tradicionais do país, que viu suas ações afundarem para centavos após pedir recuperação judicial em meio a dívidas de 43 bilhões de reais.

Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também trouxeram desconforto, mas o forte fluxo de capital externo para o mercado acionário brasileiro neste começo de ano, no entanto, proporcionou mais uma semana com desempenho acumulado positivo, o que deixou a performance em 2023 no azul.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,78%, a 112.040,64 pontos, após três altas seguidas, que asseguraram um ganho de 1% na semana. Em 2023, sobe 2,1%.

O volume financeiro nesta sexta-feira somou 26 bilhões de reais, com os negócios também influenciados pelo vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista.

Para Luiz Adriano Martinez, gestor de renda variável e sócio da Kilima Asset, os eventos relacionados à Americanas foram também importantes nessa semana, não apenas pelo efeito na ação, mas pelos reflexos em outros papéis, particularmente de bancos, com eventual exposição às dívidas da empresa.

"Os bancos em geral não estavam indo bem", afirmou, citando preocupações relacionadas a linhas de crédito de varejo, de pessoa física. "Com Americanas, a gente passou a ter contaminação da parte de pessoa jurídica. Isso foi um ponto bastante negativo", acrescentou.  

Em contrapartida, a semana teve uma continuidade do fluxo positivo de estrangeiros, com dados da B3 (BVMF:B3SA3) mostrando que, até o dia 18, as compras desses investidores no mercado secundário de ações brasileiro superaram as vendas em cerca de 6 bilhões de reais em 2023.

Na visão de Tomás Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos, prevaleceu a visão otimista com mercados emergentes, em razão da reabertura de China, o que acabou beneficiando os ativos brasileiros. "Claramente, o investidor estrangeiro ditou o rumo da bolsa no Brasil", afirmou.

Martinez reforçou que o mercado está confiante com a reabertura chinesa se tornando realidade e medidas de incentivo. "Isso acaba incentivando o estrangeiro a entrar no Brasil, pois acaba vendo o país como um grande fornecedor da China. Se a China está melhor, o Brasil acaba se beneficiando", afirmou. 

Awad ponderou que o Ibovespa poderia ter tido um desempenho ainda mais robusto não fossem as declarações de Lula na semana, embora integrantes da equipe do presidente tenham buscado na sequência atuar para acalmar o mercado. "É uma dicotomia, o Lula fala besteiras e aí vêm os bombeiros."

Lula chamou de "bobagem" a independência do Banco Central na quarta-feira, enquanto defendeu que o reajuste do salário mínimo acompanhe o crescimento do PIB, assim como disse que vai "brigar" para subir o valor de isenção do Imposto de Renda para 5 mil reais, conforme promessa de campanha. No dia seguinte, questionou a taxa básica de juros do país.

Na próxima semana, Cielo (BVMF:CIEL3) deve abrir o calendário de resultados das empresas do Ibovespa na sexta-feira, mas a temporada deve ganhar fôlego mesmo no começo de fevereiro, com os balanços de Santander Brasil (BVMF:SANB11) no dia 2 e de Itaú Unibanco no dia 7, entre outros.


Fonte: Investing

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