O Ibovespa, Ãndice de referência do mercado acionário brasileiro, registrou um fechamento positivo pela primeira vez em agosto nesta sexta-feira, encerrando uma sequência histórica de 13 dias consecutivos de baixa. No entanto, o ganho foi modesto, já que permanecem incertezas em relação ao crescimento global nos próximos trimestres.
O Ãndice subiu 0,37%, atingindo 115.408,52 pontos, embora ainda tenha acumulado uma perda de 2,25% ao longo da semana.
O volume financeiro do dia totalizou 21,6 bilhões de reais, abaixo da média diária do ano, que é de 25,8 bilhões de reais, apesar do vencimento de opções sobre ações durante a sessão.
Na véspera, o Ibovespa encerrou 13 sessões consecutivas em queda, acumulando uma queda de 5,36% nesse perÃodo. Essa correção veio após um crescimento de quatro meses até o final de julho, no qual o Ãndice havia subido quase 20%, e foi acompanhada por uma saÃda de investidores estrangeiros.
Até o dia 16, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro estava negativo em 8,6 bilhões de reais em agosto, revertendo o cenário observado em junho e julho, quando as compras superaram as vendas em um total de 17,2 bilhões de reais.
Segundo Tiago Cunha, sócio e gestor de ações da Ace Capital, o movimento da bolsa brasileira não é resultado de fatores internos e está alinhado com o panorama macroeconômico global. Ele destacou que o aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos e as preocupações com uma possÃvel desaceleração na China são apontados como os principais impulsionadores do desempenho não apenas do mercado brasileiro, mas também de muitos outros mercados ao redor do mundo.
Cunha atribuiu a alta observada nesta sexta-feira a um movimento mais técnico, ressaltando também o baixo volume de negociações, que permite que fluxos de menor magnitude influenciem a direção dos negócios.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou quase estável, porém acumulou uma queda de mais de 2% na semana, refletindo a reavaliação das expectativas sobre o Federal Reserve, que poderá continuar aumentando as taxas de juros ou mantê-las em nÃveis elevados.
A percepção de que os estÃmulos monetários recentemente anunciados pelo banco central chinês não serão suficientes para revitalizar a economia interna, juntamente com a ausência de novas medidas anunciadas, também têm contribuÃdo para um viés cauteloso nos mercados.
Fonte: Reuters