A gigante de geração de energia – Diamante – que faz a gestão do Complexo Jorge Lacerda, acaba de anunciar dois projetos bilionários para Santa Catarina: um para Garuva, no Norte do Estado, e outro para dentro do complexo, que fica em Capivari de Baixo, região Sul de SC.
A Diamante assinou contrato com o grupo Nebras Power, empresa internacional de investimentos em energia e subsidiária da Qatar Electricity & Water Company (QWEC), para a constituição de uma joint venture na qual as companhias poderão explorar em conjunto investimentos em termelétricas a gás, com foco em Santa Catarina.
É mais um importante passo para a efetivação da Transição Energética Justa no Estado de Santa Catarina, prevista na legislação federal e estadual promulgada em janeiro de 2022. Essa lei determinou um plano de transição energética mais organizado, estendendo para 2040 o prazo de encerramento das operações da Jorge Lacerda, que hoje trabalha com geração de energia a carvão.
Segundo Pedro Litsek, CEO da Diamante, essa flexibilização no prazo vai permitir que impacto social seja o menor possível, uma vez que os funcionários (cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos) terão a oportunidade serem remanejados e absorvidos por estes dois projetos que agora receberam um sinal verde. Conheça abaixo o detalhamento de cada um:
Usina Termelétrica Norte Catarinense em Garuva
O primeiro projeto trata-se da Usina Termelétrica Norte Catarinense, que ficará no município de Garuva, região Norte. A usina tem potencial para gerar 600 MW na primeira fase e está prevista para entrar em operação por volta do ano de 2028.
De acordo como CEO, o investimento será na ordem de R$ 2 a R$ 3 bilhões. “Já há terreno e licenças. A única questão agora é ganhar o leilão de energia e começar a construção”, detalha Pedro Litsek.
A expectativa da companhia é já participar dos leilões de 2023. Se vencer, a termelétrica começa a ser construída em 2024. Só na fase de construção, vai gerar 2 mil empregos e durante a operação, cerca de 100 empregos.
“O nosso projeto de Garuva é uma âncora e, vai, inclusive, justificar o início da operação do terminal de GNL que está sendo construído no Porto de São Francisco do Sul pela New Fortress Energy”, explicou o executivo, citando 2,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia que serão usados na Usina Termelétrica Norte Catarinense em Garuva, redistribuindo para todo o Estado, posteriormente.
Importante lembrar que o terminal de São Francisco do Sul vai receber o gás natural líquido de várias localidades do mundo, como Estados Unidos, Holanda, Argélia, Malásia, entre outros. Onde tiver gás mais competitivo será importado, não dependendo apenas de única fonte de abastecimento.
Nova unidade geradora dentro do Compexo Jorge Lacerda
O segundo diz respeito a uma nova unidade geradora de 440 MW, a ser implantada dentro do próprio Complexo Jorge Lacerda. Como tem muito espaço e infraestrutura pronta, como água e linhas de transmissão, a ideia é construir uma termoelétrica a gás ali. O prazos são os mesmos da proposta de Garuva, ou seja, início das operações por volta de 2028. Já o investimento ficará na casa de R$ 1 bilhão.
Na fase de construção, a Diamante projeta geração de cerca de 800 empregos e na operação, 40 empregos.
“Além das oportunidades de trabalho e renda para a economia de Santa Catarina, os projetos trarão grande contribuição à segurança energética do Brasil”, defende o CEO.
Hoje, a região Sul é importadora de energia de outras regiões. Portanto, além da segurança do suprimento de geração de energia dentro do Estado, com custos mais acessíveis, SC não ficará refém das condições climáticas, como fala de sol, chuva e vento.
Fonte: ND+