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Europa abre em vermelho. Ouro avança e dólar cede após decisão do Banco do Japão

Pedro Augusto Flores 20 de Dezembro, 2022

As bolsas europeias abriram no vermelho, num dia em que os mercados financeiros foram surpreendidos com a decisão do Banco do Japão de alargar o intervalo de negociação dos rendimentos dos títulos a dez anos em 50 pontos base.

O Stoxx 600, referência para a região, perde 0,40% para 424,17 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o automóvel e imobiliário são os que mais recuam, 2,69% e 1,32%, respetivamente.

Nas praças europeias, o alemão Dax desvaloriza 0,37%, o francês CAC-40 recua 0,64%, o espanhol Ibex cede 0,02% e o Aex, em Amesterdão, desliza 0,35%. Já o britânico FTSE 100 perde 0,24% e o italiano FTSE Mib recua 0,62%.

A política monetária mais agressiva, aliada à guerra na Ucrânia e a uma elevada inflação são alguns dos principais desafios que o mercado acionista tem enfrentado ao longo deste ano, estando o Stoxx 600 a caminho de registar a maior queda anual desde 2018.

"A questão é que os bancos centrais continuam com um tom muito, muito 'hawkish' e as decisões que estão a tomar têm surpreendido os investidores", disse Mehvish Ayub, da State Street Global Advisors, em declarações à Bloomberg.

Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro seguem a agravar-se, seguindo a tendência da semana passada, após um novo aumento das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu.

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - agrava-se 5,6 pontos base para 2,252%, enquanto os juros da dívida pública italiana somam 5,5 pontos base para 4,413%. 

Os juros da dívida francesa aumentam 7,5 pontos base para 2,789%, enquanto os juros da dívida espanhola crescem 7,4 pontos base para 3,351%. Já os juros da dívida portuguesa avançam 7 pontos base para 3,277%. 

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aumentam 8,5 pontos base para 3,574%.

Ouro avança e dólar cede após decisão do Banco do Japão
O ouro segue a valorizar, beneficiando de um dólar mais fraco após a decisão do Banco do Japão de alargar o intervalo de negociação dos rendimentos dos títulos a dez anos.

O metal amarelo soma 0,94% para os 1.804,47 dólares por onça, ao passo que a platina sobe 1,42% para 998,34 dólares e o paládio avança 1,82% para 1.705,50 dólares. Já a prata cresce 2,87% para 23,65 dólares.

No mercado cambial, o euro segue a valorizar face ao dólar. A moeda única soma 0,21% para 1,0620 dólares. 

Já o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais - cede 0,71% para os 104.788 pontos. O iene viu força renovada na decisão da autoridade monetária do Japão, tendo valorizado face a todas as dez moedas rivais.

Ao alargar o intervalo de negociação, o Banco do Japão visa, segundo um documento citado pela Bloomberg, melhorar o funcionamento do mercado e "estimular a formação de uma curva de rendimentos mais ágil, mantendo condições financeiras adaptáveis".

Petróleo e gás natural seguem a perder
Há vários fatores prontos a entrar em ação que poderão manter as cotações do “ouro negro” em alta.
O petróleo segue a desvalorizar ligeiramente, mantendo-se a negociar na linha dos 70 dólares por barril. Isto numa altura em que os investidores equacionam um possível pico na procura devido ao fim das restrições para combater a covid-19 na China, ao mesmo tempo que digerem as preocupações quanto a um abrandamento da economia a nível global. 

O West Texas Intermediate (WTI) - negociado em Nova Iorque - perde 0,47% para 74,84 dólares enquanto o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – perde 0,91% para 79,07 euros.


Já no mercado do gás natural, os preços seguem a cair, pressionados pelo aumento de temperatura em algumas regiões, o que levou a uma redução da procura. Os contratos do gás a um mês negociados em Amesterdão, o TTF, descem 6,4% para os 101,560 euros por megawatt-hora.
Europa aponta para o vermelho. Ásia fecha com perdas
A Europa aponta para um arranque de sessão em terreno negativo, com os futuros do Euro Stoxx 50 a cederem 0,9%.

Na Ásia, a sessão fechou no vemelho, um dia após os investidores terem recuperado o otimismo perante o compromisso da China de impulsionar a economia do país em 2023. A pressionar os índices asiáticos esta terça-feira está a decisão do Banco do Japão que, apesar de ter mantido as taxas de juro de referência inalteradas, alargou o intervalo de negociação dos rendimentos dos títulos a dez anos.

Pela China, Xangai deslizou 1,07% e em Hong Kong o Hang Seng caiu 1,68%. No Japão, o Topix perdeu 1,54% enquanto o "benchmark" do país, Nikkei, caiu 2,46%.Pela Coreia do Sul, o Kospi derrapou 0,80%.


A decisão da autoridade monetária do Japão junta-se ao tom "hawkish", ou seja, mais duro, de outros bancos centrais. Tanto a Reserva Federal norte-americana como o Banco Central Europeu anunciaram na passada semana uma nova subida das taxas de juro e sinalizaram que este aumento não ficará por aqui.


Fonte: Edição

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