Após uma queda inicial, o dólar à vista reverteu sua trajetória e encerrou a sessão desta terça-feira, 4, com um aumento de 0,67%, sendo cotado a R$ 4,8405, atingindo uma máxima de R$ 4,8468. Operadores destacaram um movimento de realização de lucros e recomposição de posições defensivas durante a segunda parte das negociações, impulsionado pelo desconforto em relação ao progresso das pautas econômicas na Câmara dos Deputados.
Devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, não houve atividade nas bolsas de Nova York e no mercado de Treasuries, resultando em uma baixa liquidez. Isso tornou a formação da taxa de câmbio altamente suscetÃvel a operações pontuais. O contrato de dólar futuro para agosto, considerado um indicador-chave do apetite por negócios, movimentou menos de US$ 7 bilhões.
A pauta da Câmara está paralisada devido a um impasse em relação à votação do projeto de lei sobre o voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), uma medida relevante para o governo aumentar a arrecadação e cumprir as metas fiscais. Há preocupação de que haja atraso na aprovação final do novo arcabouço fiscal pela Câmara, após modificações no texto realizadas no Senado, além do adiamento da votação da reforma tributária para a próxima semana, embora inicialmente prometida para esta semana pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O Congresso Nacional entrará em recesso parlamentar no dia 18 e retomará as atividades em agosto.
Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, ressalta que a falta de liquidez intensifica os efeitos das movimentações de realização de lucros e busca por proteção, influenciadas pelas negociações para a aprovação de projetos na Câmara. Ele afirma que existe uma pressão para aprovar as pautas rapidamente, com receio de que a votação do arcabouço fiscal atrase e a reforma tributária empere na Câmara. Galhardo sugere aguardar o pregão de amanhã, quando a liquidez deve ser mais substancial, para determinar se a pressão compradora se tornará uma tendência.
O deputado Domingos Sávio (PL-MG) afirmou que seu partido buscará adiar a análise da reforma tributária. Durante um almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Sávio mencionou que, caso a proposta seja levada a votação no plenário nos próximos dias, o partido apresentará um requerimento para retirá-la da pauta. Por outro lado, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), defendeu um debate mais aprofundado sobre a reforma tributária.
Fonte: Investing