Os bancos centrais da Zona Euro, Estados Unidos e Reino Unido têm elevado as taxas de juros há mais de um ano na tentativa de conter a inflação, porém reconhecem que ainda há muito a ser feito. Durante o fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, os lÃderes das três autoridades monetárias compartilharam a mesma mensagem de que as taxas de juros ainda devem aumentar ainda mais.
"Ainda temos mais terreno a cobrir", afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, durante o painel de governadores que encerrou o evento. O BCE já sinalizou um novo aumento das taxas em julho, mas Lagarde não fez compromissos para setembro, enfatizando que isso dependerá dos dados disponÃveis. No entanto, ela ressaltou que "sabemos que ainda há mais a ser feito".
O BCE já elevou as três taxas de referência na Zona Euro em 400 pontos-base desde julho do ano passado. Enquanto isso, o Federal Reserve dos Estados Unidos começou mais cedo, em março, e promoveu um aumento total de 500 pontos-base. No entanto, na última reunião, houve uma pausa, embora o presidente Jerome Powell evite usar essa terminologia.
"Estamos chamando isso de manutenção dos atuais nÃveis de taxas de juros", disse Powell durante o mesmo painel. Embora tenha indicado que "percorremos um longo caminho" desde o inÃcio do ciclo de aumentos, ele garantiu que haverá "mais restrição [monetária]" no futuro. Powell afirmou que é uma continuação e que nada está decidido nem descartado.
Por outro lado, o Banco da Inglaterra (BoE) adotou uma estratégia contrária à dos Estados Unidos, acelerando o ritmo de aumento dos juros. Na última reunião de polÃtica monetária, surpreendeu ao elevar as taxas em 50 pontos-base e não deve parar por aÃ. O governador da autoridade monetária britânica, Andrew Bailey, ressaltou a necessidade de "trabalhar para que a inflação retorne à meta de 2%".
Bailey destacou que "entende as preocupações" que podem surgir com essa abordagem "hawkish", mas afirmou que teme "dizer que o resultado será pior" se não continuar a aumentar as taxas de juros no Reino Unido.
Além dos três lÃderes, Kazuo Ueda, o novo governador do Banco do Japão, também participou do debate. Ele é um dos poucos que mantêm uma estratégia expansionista com juros baixos e compra de dÃvida. Questionado sobre a razão pela qual insiste nessa polÃtica monetária acomodatÃcia, Ueda explicou que o paÃs não enfrenta um problema inflacionário tão significativo, o que justifica sua decisão. No entanto, ele indicou que espera um aumento da inflação em 2024.
Fonte: Redação