O Banco Central Europeu (BCE) não trouxe surpresas ao anunciar o aumento das três taxas de juro de referência na Zona Euro em 25 pontos base, atingindo o nÃvel mais alto desde 2001. Sob a liderança de Christine Lagarde, a autoridade monetária elevou o custo do dinheiro em 400 pontos base em menos de um ano.
"A inflação tem apresentado uma tendência de queda, mas as projeções indicam que permanecerá excessivamente elevada por um perÃodo prolongado. O Conselho do BCE está comprometido em assegurar o retorno oportuno da inflação à sua meta de médio prazo de 2%. Portanto, decidiu [nesta quinta-feira] aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base", afirmou em comunicado após a reunião.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento agora se situa em 4%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,25% e a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito em 3,5%.
A decisão está alinhada com as expectativas do mercado, que já começou a antecipar quando o BCE começará a considerar ajustes, especialmente porque a Zona Euro entrou em recessão técnica desde a última reunião do conselho.
No entanto, as pressões inflacionárias ainda persistem. Embora os aumentos de preços em relação ao ano anterior tenham desacelerado no final de maio, com a inflação global em 6,1% em comparação com os 7% de abril, a inflação subjacente permanece muito elevada em relação à meta de 2%, atingindo 5,3% em relação aos 5,6% de abril.
"As decisões sobre as taxas de juro continuarão a ser baseadas na avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponÃveis, da dinâmica da inflação subjacente e da eficácia da transmissão da polÃtica monetária", afirmaram os responsáveis.
Além das taxas de juro, o BCE também fará alterações nos programas de compra de dÃvida, como já tinha anunciado. A carteira do programa regular está atualmente a diminuir a um ritmo "controlado e previsÃvel" de 15 mil milhões de euros por mês até o final deste mês, mas os reinvestimentos serão descontinuados posteriormente.
Quanto ao programa de compra de ativos devido à emergência pandémica (PEPP), o BCE pretende reinvestir os pagamentos de capital dos tÃtulos que atingem o prazo até pelo menos o final de 2024. "De qualquer forma, a futura redução gradual da carteira do PEPP será gerida de forma a evitar interferências com a orientação adequada da polÃtica monetária", acrescentaram.
Fonte: Redação