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Ações da Vale recuam após dados de produção

Edição 01 de Fevereiro, 2023

As ações da Vale (BVMF:VALE3) recuavam na manhã desta quarta-feira, 1º, após a companhia divulgar resultados operacionais com produção inferior de minério de ferro. Com produção marginalmente abaixo do guidance anual, os números vieram em linha com as projeções, segundo o Goldman Sachs (NYSE:GS) e o BTG (BVMF:BPAC11). Às 11h02 (de Brasília), os papéis recuavam 2,56%, a R$92,09. As ADRs caíam 2,30%, a US$18,25.

A produção de minério de ferro totalizou 308 Mt em 2022, um recuo anual de 2%. Segundo a Vale, a retração ocorreu pelos atrasos de licenciamento na Serra Norte, pelo processamento de estéril jaspilito e performance operacional, ainda que compensado de forma parcial por ramp-up contínuo da produção em Vargem Grande, maior produção via processamento a seco em Brucutu e maior compra de terceiros.

A produção de pelotas subiu 1% ao ano em 2022, alcançando 32 Mt, com feed de maior qualidade e aproveitando os maiores prêmios de mercado. Já a produção de nível subiu 6% no ano, para 179 kt, “explicada principalmente pela estabilização das operações após paralisação do trabalho de Sudbury em 2021, assim como o consistente e forte desempenho em Onça Puma”, segundo a Vale.

Após a divulgação, o Goldman Sachs emitiu relatório em que afirmou que a produção reportada de minério de ferro da Vale de 81 milhões de toneladas no quarto trimestre, uma baixa trimestral de 10%, ficou em linha com as expectativas do banco e do consenso. Segundo os analistas Márcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, tendência é de que o mercado reaja de forma neutra.

A mineradora reverteu quase completamente o acúmulo de estoque de 12 milhões de toneladas do terceiro trimestre, destacaram os analistas, que ponderaram que a produção de cobre decepcionou.

As atenções no momento estão voltadas para a China, com a reabertura da economia após a flexibilização das medidas contra a covid-19 e o Ano Novo Chinês. “Acreditamos que a melhoria da demanda física no final do 1T23 se tornará cada vez mais importante para um rali contínuo. Acreditamos que o mercado provavelmente ficará desapontado com a melhora na demanda de aço e minério de ferro no 2S23 devido ao efeito defasado negativo de inícios de propriedades muito fracos em 2022”, apontam os analistas. O Goldman Sachs possui recomendação neutra para Vale, com preço-alvo de US12 para as ADRs.

Já o banco BTG, que conta com classificação de compra para os papéis, com preço-alvo de US$19 para as ADRs, avaliou os números da produção como mornos, de forma geral. Para os analistas do BTG Leonardo Correa e Caio Greiner, ainda que alguns dos contratempos da Vale são exógenos, a mineradora deve levar alguns trimestres para recuperar totalmente a confiança do investidor. O BTG reforça que a Vale está mantendo guidance de minério de ferro achatado para 2023 de 310-320Mt, contra previsão de 307Mt do BTG. Isso significa, na visão do banco, que todo o crescimento da receita viria de ganhos de preços. O BTG projeta uma queda sazonal nos números de produção e vendas ao longo primeiro trimestre deste ano.

A Vale segue como uma das empresas preferidas do BTG para exposição à reabertura da economia chinesa. “Esperamos que a atividade econômica se recupere gradualmente em 2023, à medida que o governo afrouxa restrições e modera correção do mercado imobiliário (grande demais para falhar)”, afirmam os analistas.

Enquanto isso, o {{0|UBS BB} lembra que as chuvas nas maiores minas de minério de ferro do Brasil caíram novamente na quarta semana de janeiro, o que traz riscos de abastecimento até o final de fevereiro, recomendando acompanhar de perto os níveis de precipitação não somente da Vale, mas de outros produtores como CSN Mineração (BVMF:CMIN3) e Gerdau (BVMF:GGBR4).


Fonte: investing.com

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